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Ponte d´Almas Perdidas




Há tempos, estava a passear na ponte das almas perdidas.
Surgiu-me em mim a duvida da origem deste nome seria mítico ou real?

Permanecia aquele sentimento de desassossego sempre que estes meus pés caminhavam na calçada desta grandiosa Ponte.

Onde ninguém ousava passar
Sentei-me no chão mesmo em frente á cidade silenciosa mas bastante luminosa


Numa névoa escura e esbatida surge uma rapariga descalça e
apenas com um simples pano verde envolvido naquele corpo frágil.

Cabelos Longos e dispersos no ar onde aqueles olhos
apareciam e desapareciam como estranhas esferas reluzentes desorientadas!
Fiquei extasiada mas nada fiz
Fiquei vazia mas nada acrescentei
Passa por mim
Com uma rapidez de vento
Até que pára diante daquela vista pacífica
Com os olhos fixos e decididos naquele rio
As mãos agarram-se aquele porão
Como um aperto fortíssimo
Pontapeando o chão
Com toda a força que ainda lhe bastava
Grita Grita Grita
Toda a cidade ouviu
Mas não deu nenhuma resposta
A cidade continuou intacta
Ignorando aquela aflição
Menos eu...
Levanto-me e lado a lado
Grito Grito Grito
Criamos uma sintonia
Onde os corações falavam
Surpreendida finta-me com o olhar assustador
E eu baixando o tom..páro
Mas nunca desviando o olhar
Mantenho aquele jogo matador
Ela ganha forças
Para subir e saltar... Só que num ápice
Agarro-me aquelas costas
Frias, Trémulas e Nervosas
Ela fica imóvel durante segundos
O tempo
Foi sofredor naqueles instantes
Acaba por Suavizar
Com os murmúrios de uma frase
Tremida: "Larga-me por favor, quero saltar!"
Perdendo as forças,
Ela caí-me nos braços
Abraçamo-nos áquele chão
Numa ponte imóvel
Mas onde os instintos são mortais
As palavras distorciam-se
Na minha boca
As palavras por mais inspiradoras
Que fossem seriam em vão soletradas
Deitei-me ao lado dela
Nada mais fiz
Ela chora com alma
Mas com o coração
Naquele rio perdido e desconhecido
Nada disse
Mas os sentimentos foram tão intensos
Que ela nunca parou de me abraçar
Até de madrugada
Ficamos alienadas àquele momento
De profunda empatia...
Sentimos aquele lindo sol
A reaparecer por entre a cidade
Até que a misteriosa rapariga
Murmura-me no meu ouvido
Foste um anjo!
Levantamo-nos e no mesmo
Sitio de onde ela surgiu perdida
Abraçamo-nos enquanto caminhávamos
Por entre aquela linda escuridão
Sem medos, Sem angustias!

|MT - Zinara|

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