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O Destino de May




May era o nome daquela Rapariga que nasceu num cenário cinzento sem luzes, sem esperanças ...como as cores do arco-íris? Não!.. Era uma rapariga de uns olhos grandes e atentos como pirilampos reluzentes. Cabelos longos e rebeldes que escondem sempre aquele rosto misterioso e sublime. Olhar que esconde um mundo Vasto e Intenso.

May devora livros de contos de fada, histórias mágicas que levam-nos para outras dimensões e outros terrenos que nos dão a liberdade de poder sonhar e acreditar. 
Todos os dias encontro-a em cima do telhado a navegar naqueles textos. Ela vive na incerteza, nas perguntas sem resposta e na escuridão da noite. 
Vi-a Uma vez!
Uma única vez!

Quando estava furiosa e aqueles olhos ferviam meus olhos também!
Estava ela sentada naquele Telhado... no meu intelecto desconfiava que aquilo não estaria certo porque nunca nenhum anjo daquela dimensão poderia estar tão REVOLTADO!..Até que saltei para o telhado e sentei-me simplesmente.

Até que ela olhou para mim e estava eu ali presente sem perguntas...Aqueles Olhos, nunca esquecerei aqueles Olhos..aquele rosto..
Desvia seu rosto revoltado e acaba por ficar fixa no meu olhar e conseguiu ficar angélica.. Não disse nada,.Parecia que estávamos a falar platonicamente..Senti uma névoa, uma brisa pura como uma pena suavizante..
Olhar sobre Olhar
Sorriso sobre Sorriso 
Suaves toques e desejos escondidos nas nossas mentes fervorosas e reluzentes como chamas!

May, ficava sempre serena quando eu aparecia naquele telhado, naquelas noites..nunca me disse mas eu sentia
Mas infelizmente, aquela noite sem nós sabermos acabou por ser a última noite das nossas vidas onde a felicidade estaria abraçada a nós..
Com o passar dos anos deixei de a ver no telhado a contemplar a noite! Fiquei preocupada e num dia escuro e silencioso acaba por surgir o inesperado..algo que nunca vou esquecer..

Ali estava ela naquele lago..
May  coberta de sangue, só sangue, naquele vestido preto quase como um pano bordado e singelo como ela..
Como poderia eu adivinhar, que naquela noite o namorado estaria furioso com os problemas que carregava com ele ?
Como poderia eu saber, que naquela noite ele teria a coragem de matar aquele anjo raro ? 

Nunca tinha visto algo tão angélico e tão puro como aquele anjo. As emoções mais turbulentas conseguiam ser belíssimas..Nunca vou eu esquecer e perdoar aquela perda numa hora inesperada e sem data marcada!

Como poderia eu imaginar que ela dormia sempre com uma fotografia minha para poder dormir como um anjo?
Como pode eu ser tão egoísta ao ponto de nem retomar a chamada ? 

Que Faço eu agora, sem o meu anjo, sem a minha linda e enigmática May
Desde o dia em que ela foi brutalmente assassinada pelo seu namorado nunca fui a mesma e nunca mesmo nunca as noites foram como antes..Belas e Serenas! Têm sido turbulentas e tenebrosas..

Já não brilham com a intensidade lunática que a May despertava sempre que estava por perto.
Aquele monstro matou e arrancou aquele coração de anjo!
Desvaneceu mas nunca conseguiu arruinar aquela alma esbelta e celestial!

Ainda me recordo da May dizendo que nunca seria um anjo sim uma alma de um anjo.. embora que nos meus sonhos ela seria o meu anjo colorido como as fadas da floresta!

Agora Vagueio na incerteza de talvez neste mesmo caminho que faça consiga cruzar esse olhar.

Neste lugar, nestas noites de luar onde se esconde o ódio, o medo e a solidão
Neste Lugar, neste banco de jardim onde eu busco sempre a luz e nunca perco a esperança de te encontrar

Este tempo para mim tem sido vagaroso e doloroso porque não encaro nada sem esses teus olhos
Morreste nestes braços que agora são apenas uns braços de uma mulher  que não passa de uma mulher que tem apenas um coração apenas um só coração.

Desligo-me do mundo, desligo-me da multidão, desligo-me de tudo!
Desligo-me destas dolorosas tristezas que amedrontam esta pobre mulher..

Sinto-me uma moribunda, sem amor mas Vazia, sem forças mas Frágil, sem sonhos Mas com Pesadelos...Vivo nos bancos deste parque, nas estações, na rua e na solidão...Preferiste morrer e deixaste-me assim Vazia como lixo apenas lixo..Preferiste Morrer do que viver naquela inocência feliz!..Deixaste-me assim..sem palavras, sem um beijo, sem esperanças..Fiquei assim..Vazia!


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